Esta semana, estive em contato com uma pessoa a qual há muito tempo não sabia notícias. Nos “encontramos” pela internet, que, fora as questões de privacidade, é um excelente “local” para reencontros.

E uma reflexão me veio, fiquei pensando sobre o envelhecer. Esta pessoa, que sempre teve muita energia para a vida, mesmo via computador, em suas palavras, me pareceu a mesma. A sua “energia”, sua expressão, ainda me passavam as mesmas sensações, ou seja, eu ainda a reconhecia como a mesma pessoa com quem eu havia tido contato no passado.

Mas em nosso “encontro” ela me falava que havia envelhecido e algumas de suas percepções sobre a ação do tempo e seus posicionamentos e aprendizados frente a isso. Portanto, de fato, algo nela havia mudado. Talvez sua aparência, talvez tenha alterado sua percepção da vida e do mundo, pois certamente passou por inúmeras outras vivências neste período de nosso “desencontro”.

Mesmo assim ainda havia algo reconhecível de quem eu conhecera no passado. E fiquei então me perguntando: o que envelhece em nós?

Quando somos crianças, segundo facilmente constatamos na prática e a Psicologia pôs a estudar, vamos aos poucos desenvolvendo nosso eu, nosso ego. Nascemos com necessidades de cuidados básicos, de alimentação, afeto e frente ao que se estabelece em nosso meio e como respondemos a ele, vamos nos desenvolvendo e constituindo um eu. E é este eu que levamos para a vida, como personalidade, como o “representante” do que somos. Mas será que somos apenas isso?

Percebo que as pessoas as que envelhecem, falam sobre sua vida, suas experiências e algo se acende nelas, em seu olhar, como se a memória de algo que lhes vitaliza voltasse. Então, percebi que o que reconheci nesta pessoa que há tempos não via, foi esta essência, esta “energia” que lhe era característica e que a vitalizava. Penso que portamos uma energia que nos é característica e quando somos crianças está mais evidente do que quando a “revestimos” de “gente grande”, de ego. E dentro de um processo de psicoterapia, um dos principais ingredientes seja o resgate desta essência, pois é nela que está nossa alma, o que nos fornece energia e propósito para estar no mundo. Alguns chamam a isso de resgate da criança interior, mas penso que é mais do que isso, pois quando somos crianças, esta expressão já está lá como nossa e ela comente pode aparecer com menos casca, ou quase nenhuma às vezes. Mas não nos enganemos, a “casca” é necessária, pois para vivermos neste mundo, precisamos dela, que é o veículo de nossas relações e nossa pele psíquica, nossa proteção contra invasões e perigos. E muitas vezes em terapia, temos um paciente em nossa frente que sofre exatamente por causa da ausência do desenvolvimento adequado desta camada. Mas em outras vezes, o que podemos constatar é que esta camada fica extremamente “grossa” e torna-se a única com a qual o indivíduo mantém contato. Ele se esquece que há algo dentro de si que é mais do que ego, do que casca. E podemos viver de casca por uma vida toda. Mas mesmo nestes casos, se olharmos bem no fundo de alguém, podemos perceber sua essência, que apesar do envelhecimento externo, das marcas da vida, das lembranças sofridas, ainda está lá, esperando para viver, ser criativa, amar e ser amada. Saudemos então esta essência o máximo possível em nossas vidas, pois é ela que vive sempre dentro de nós, como no caso que relatei no início deste artigo.

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